272017jun
Cistite Intersticial: A doença do presente

Cistite Intersticial: A doença do presente

Marcella Victall

A cistite intersticial (CI), também chamada de síndrome da bexiga dolorosa, é uma doença crônica da bexiga que acomete mulheres e homens na idade adulta, causando sintomas urinários que correm na ausência de infecção do trato urinário ou outras doenças.

É caracterizada por sintomas urinários de frequência (ir muitas vezes ao banheiro desde a hora que acorda até a hora que vai dormir), urgência (forte vontade de urinar que vem de repente), noctúria (acordar durante a noite para urinar), dor genito-urinária (dor na região da pelve, períneo, vagina, pênis, testículo e ânus) e dispareunia (dor sentida durante a relação sexual).
Na prática clínica, observa-se que a disfunção sexual que é caracterizada por alterações no desejo sexual, excitação, orgasmo ou dor durante a relação sexual, é uma queixa comum entre mulheres com cistite intersticial, tendo como principais sintomas dispareunia e vulvodínia.

A dispareunia é caracterizada por dor ou queimação durante ou após a relação sexual, diminuição do desejo, excitação e frequência de orgasmo. Já a vulvodínia é uma doença crônica caracterizada por queimação, dor aguda, irritação ou escoriação na região da vulva.

A dor na bexiga ou na pelve e durante a relação sexual são sinais típicos da cistite intersticial e podem afetar diretamente a qualidade de vida do paciente, uma vez que a doença frequentemente interfere na realização de atividades do cotidiano, dentro de casa ou no ambiente de trabalho e compromete a saúde mental e a autoestima, levando a um quadro de depressão.
A prevalência de depressão em pacientes com CI varia de 5% a 50%, sendo que a prevalência de síndrome do pânico nesses pacientes é estimada em 14%, piorando ainda mais a qualidade de vida desses pacientes.

Portanto, para este grupo de pacientes, a avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde juntamente com o uso de questionários de investigação da doença é importante para avaliar a dimensão do problema, a fim de estabelecer protocolos de tratamento mais adequados, além de monitorar e avaliar os resultados.



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