142021abr
Incontinência Urinária no Idoso

Incontinência Urinária no Idoso

Carlos D’Ancona
Professor Titular de Urologia
Universidade Estadual de Campinas


A definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), considera idoso, indivíduos com mais de 60 anos de idade nos países em desenvolvimento e de 65 anos nos países desenvolvidos. Interpretações sobre envelhecimento do homem mudaram e atualmente considera-se que a perda das habilidades comumente associadas ao envelhecimento na verdade está apenas vagamente relacionada com a idade cronológica das pessoas. Não existe um idoso “típico”.
O envelhecimento apresenta alguns riscos como o diabetes, hipertensão arterial, obesidade, doenças neurológicas e demência. Essas alterações/doenças podem afetar o funcionamento da bexiga e dos esfíncteres uretrais levando a perda de urina (incontinência urinaria).
A incontinência urinária (IU) é uma condição altamente prevalente com uma profunda influência no bem-estar e qualidade de vida, bem como sendo de imensa importância econômica para o serviço de saúde. Milhões de mulheres e homens em todo o mundo sofrem e tem havido um interesse crescente nestes sintomas como consequência da maior consciência do ser humano e implicações sociais para o sofredor individual.
Os mecanismos básicos da IU incluem bexiga hiperativa (vontade de urinar toda hora) que pode resultar em IU de urgência e função do esfíncter uretral deficiente que pode resultar em incompetência uretral primária ou IU de esforço. A perda da integridade estrutural e funcional da atividade do nervo pudendo, músculos do assoalho pélvico também tem influenciado nesses casos.
Estudos de base populacional subestimam a incidência de incontinência urinária devido à amostragem e auto seleção dos participantes da pesquisa. Apenas 45% das mulheres e 22% dos homens com episódios semanais de IU procuraram atendimento médico para tratamento.
A prevalência de IU em mulheres é de 57% pós-menopausa, 75% das mulheres idosas. Em homens variou de 11% entre 60 a 64 anos de idade a 31 % em homens mais velhos, e por 72% dos homens residentes de lares de idosos.
Intervenções clínicas para reduzir a IU foram amplamente revisadas durante os últimos anos. Inicia-se com tratamento comportamental, seguido por exercícios do assoalho pélvico (fisoterapia) e medicamentos. Com ausência de melhora após essa fase muitas vezes é necessário de tratamento cirúrgico variando de injeção de toxina botulínica na bexiga, eletro modulação e cirurgias para tratamento da incontinência urinaria de esforço.



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